Motociclista disse que ficou com medo da reação da família e, por isso, fugiu. Menina continua na UTI e o estado de saúde é delicado.
Por Mazinho Rogério , G1 AC — Cruzeiro do Sul
Ele afirmou que não ficou no local para prestar socorro à criança por medo de uma reação por parte da família da vítima.
Mapes é agente de saúde há 12 anos e também faz serviços de recuperação de eletrodomésticos. Ele disse que, no dia do ocorrido, saiu de casa para atender um cliente e ao passar pela frente da casa de Ana Paula viu quando duas crianças tentaram atravessar a rua, mas não teve tempo de evitar o acidente.
“Eu ia e caiu uma manga, ai lá vinham as duas crianças e senti o choque, ela bateu do lado da moto. Vinha um carro na minha frente e eu ia numa velocidade de 30 km a 40 km, no máximo. Aí vi a criança caída atrás. Virei a moto e peguei nela, ela tava toda mole, como morta mesmo. Aí tinha o cara lá e disse: 'não pega nela’. Aí eu só tirei ela, botei do lado e fui embora”, contou o agente de Saúde.
Mapes alegou que não aguardou a chegada do socorro no local, pois imaginou que a criança estivesse morta e não sabia qual seria a reação dos familiares da menina.
“Aquela minha atitude foi por desespero, medo. Porque, se eu visse uma filha minha naquela situação e vendo a pessoa, mesmo que não tivesse culpa, mas no pensamento da gente é que o culpado é o cara, eu não sei qual seria a reação. Então, foi medo de uma represália, de quererem me linchar”, disse.
O agente de saúde disse ainda que, logo após o acidente, a mãe da vítima o procurou para saber se ele seria o condutor da moto. Mapes disse que negou, mas, devido ao peso na consciência, decidiu procurar a polícia.
Mapes será interrogado na delegacia nesta segunda. O delegado responsável pelo caso, Lindomar Ventura disse que a polícia ainda vai fazer uma perícia para apurar as responsabilidades do condutor da moto.
“A princípio configura ali uma lesão culposa. Ele não teve a intenção de atropelar a criança. Embora a gente tenha ainda que fazer uma perícia ali no local, verificar se há testemunhas, ainda não sabemos qual era a velocidade que estava. Todos esses fatos ainda temos que apurar. Não há situação de flagrante porque ele se apresentou espontaneamente à delegacia”, disse o delegado.
O pai de Ana Paula, Vicente de Paula da Silva, pede o indiciamento do condutor da moto e espera que ele se responsabilize pelo tratamento de menina, que continua internada na UTI do Pronto-Socorro de Rio Branco. Segunda a família, ela sofreu traumatismo craniano e seu quadro se saúde ainda é delicado.
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