Felipe prior depõe e diz que só conhece uma das mulheres que o acusam de estrupo


Ex-BBB foi convocado a comparecer em delegacia da Mulher

Folha Uol
O arquiteto Felipe Prior, 27, participante do BBB 20, prestou depoimento na 1ª Delegacia de Defesa da Mulher, no Cambuci, centro da capital paulista, na tarde desta sexta-feira (24). Ele negou ter praticado os crimes.

Segundo apurou o F5, Prior afirmou à polícia que conhece apenas uma das três mulheres que o denunciaram, mas negou que tenha estuprado ou tentado estuprar qualquer uma delas. Em duas horas de depoimento, ele também tentou apontar contradições nas declarações delas.

A polícia agora deverá ouvir as testemunhas de defesa apontadas por Prior. Não há, no entanto, previsão de quando isso acontecerá. As três jovens que o denunciaram já prestaram depoimentos. Segundo a advogada delas, uma quarta vítima teria se apresentado, mas ela ainda não consta no inquérito.

As duas denúncias de estupro e uma de tentativa de estupro vieram a público após Prior ser eliminado do reality, e os crimes teriam acontecido nos anos de 2014, 2016 e 2018. A defesa de Prior chegou a encaminhar à Justiça um habeas corpus para o trancamento do inquérito, o que foi negado em caráter liminar (provisório).

*ENTENDA OS CASOS*

Segundo a advogada Juliana Valente, os três crimes teriam acontecido após festas dos jogos universitários InterFAU, que são realizados anualmente e reúnem alunos de várias faculdades de arquitetura de urbanismo do estado de São Paulo. As três mulheres não teriam registrado boletim de ocorrência na ocasião por vergonha e medo.

Uma das vítimas afirma, segundo a advogada, que estava com uma amiga, em uma festa de comemoração dos jogos universitários na cidade de São Paulo, quando pegou carona com Prior. Ela conta que, depois de deixarem a amiga em casa, ele teria encostado o carro em uma rua escura e teria ido para cima dela, que estava embriagada.

Prior teria puxado a jovem para o banco de trás e teria forçado a relação sexual de forma violenta e incisiva, apesar de ela dizer não. A violência teria provocado um ferimento na região vaginal da vítima, o que teria levado a um grande sangramento. Ele então teria parado e se oferecido para levá-la ao hospital, o que ela teria recusado.

A jovem teria ido posteriormente ao pronto-socorro, onde teria sido questionada sobre um possível abuso sexual, mas ela teria se recusado a falar sobre o ocorrido por vergonha. Segundo a advogada, ela ficou uma semana de cama e posteriormente teve abalo emocional, crise de pânico e dificuldade em relacionamentos.

Outro caso teria ocorrido na cidade de Biritiba Mirim, interior paulista, durante o InterFAU 2016. Segundo a Marie Clare, ela acompanhou Prior até sua barraca de camping, mas teria desistido da relação sexual por não ter camisinha. Ele então teria tentado força-la e impedi-la de deixar o local, mas ela teria conseguido se desvencilhar.

Valente afirmou que a vítima resolveu procurá-la apenas depois do início do Big Brother Brasil 20, após um tuíte apontar casos de assédio e abuso relacionados a Prior. O post acabou sendo apagado pela autora, mas a partir daí a jovem encontrou as outras duas vítimas.

O caso mais recente teria acontecido em 2018, também no InterFAU, em Itapetininga. Ainda de acordo com a revista, ela também teria aceitado ir até a barraca de camping do arquiteto e teria tido relações sexuais com ele, mas em certa altura ele teria passado a ser agressivo e ela falou que não queria mais, mas ele não teria parado.

O InterFAU afirmou, em nota, que Prior não poderia ingressar e tampouco participar das atividades do evento desde outubro de 2018, justamente por causa de denúncias envolvendo-o em casos de assédio “além de uma acusação de crime sexual durante o InterFAU de 2018”.

A advogada das três vítimas encaminhou uma notícia crime à Justiça. Segundo ela, o caso agora poderá dar origem a um ou mais inquéritos, a depender da decisão do Ministério Público. A partir daí, as denúncias serão apuradas e poderão levar Prior à julgamento. Ela disse ainda que recebeu notícias de que existiriam mais relatos de vítimas do mesmo problema com Felipe Prior, apesar de nenhum caso ter chegado diretamente a ela.

Um pedido de medida protetiva chegou a ser feito, mas foi negado pela juíza Patrícia Álvares Cruz, do Foro Criminal da Barra Funda em São Paulo.

Procurada, a Globo diz que "é veementemente contra qualquer tipo de violência, como se percebe diariamente em seus programas jornalísticos e mesmo nas obras do entretenimento, e entende que cabe às autoridades a apuração rigorosa de denúncias como as que foram feitas contra Felipe Prior".

folha.uol.com.br

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