Casas no bairro da Lagoa atingidas pela cheia. Imagem reprodução TV Juruá
Todo ano é assim. Basta o Rio Juruá alcançar os esteios das moradias existentes no bairro da Lagoa, as famosas palafitas, que são casas construídas sobre estacas, para começar os transtornos para os moradores. Como se não bastasse a condição de ficar isolado por terra, o morador também tem que ficar sem energia elétrica, por uma questão de segurança. A Eletrobrás interrompeu na manhã desta terça-feira (03) o fornecimento de energia, de forma preventiva, de mais de 40 famílias, visando evitar algum tipo de incidente.
Alguns moradores reclamaram da interrupção , sem aviso prévio, segundo eles.
“Das outras vezes eles pelo menos avisavam a gente antes. Minha geladeira está cheia de calabresa, frango e tudo que comprei no final do ano, e agora não sei o que vou fazer”, falou a moradora Osmarina Lopes.
Já Zequinha da Lagoa, que reside há muitos anos no local, falou que apesar do transtorno, já está acostumado com a situação, até porque entende os riscos.
“É uma vida assim meio ruim porque você fica sem energia, mas não podemos ficar com energia dentro da água, pois é muito perigoso”, disse.
O Rio Juruá, em Cruzeiro do Sul, atingiu a marca de 10,59 metros na manhã de hoje. A corta de alerta, segundo o Corpo de Bombeiros é de 11, 80 metros. Segundo a Eletrobrás, a medida é preventiva visando evitar algum tipo de descarga elétrica. Por isso, a energia só será normalizada quando as águas baixarem.
“A cota de alerta para gente é a base da nossa rede, se os postes que distribuem energia são alcançados, temos que suspender o fornecimento. O risco é mexer em extensão, um cabo se romper, e alguém receber uma descarga elétrica. O ano passado um homem veio à óbito em Rio Branco, devido esses riscos”, relatou o gerente da Eletrobrás Ney.
Com informações de Alexandre Gomes
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