"Cone chinês" conquista adeptos no Acre

Terapia milenar garante saúde do ouvido
Cera no ouvido em excesso pode causar dor, tontura e até surdez. Para combater doenças e higienizar os ouvidos, existe uma terapia milenar chamada cone chinês, que é executada por uma técnica de enfermagem de Rio Branco. Acompanhamos o procedimento para entendermos detalhes dessa técnica.
Maria de Jesus Xavier recebe mais uma cliente. A xará Maria Raimunda Cunha acabou de chegar do Rio de Janeiro para visitar familiares no Acre. Sentindo sintomas da labirintite, recebeu a recomendação de que limpar os ouvidos poderia ajudar a amenizar as tonturas. “Quem sabe eu melhore e volte pra casa sem tontura”, disse a cliente.
Na sala de casa, Maria de Jesus prepara o material e atende os clientes. Com parafina e gaze, ela molda um cone que é o principal instrumento de trabalho. No suporte criado por ela, de um lado é fixado o cone e de outro, são recolhidas as pontas da parafina que serão queimadas.
O cliente fica deitado de lado e a orientação é para que o corpo se mantenha relaxado. O cone é colocado no ouvido e a ponta de cima é acesa. Em baixo ele é envolvido por tolhas que reduzem a saída de fumaça.
“Após acender o cone, a fusão vai em forma de espiral e vai pra dentro do ouvido, não vai queimar, o cliente não vai sentir dor. Vai fazer uma pressão e a cera sobe. Os benefícios abrangem renite, sinusite, labirintite”, afirma.
O procedimento dura de 10 a 15 minutos em cada ouvido e as contra indicações são apenas para quem acabou de passar por cirurgia ou que tenha cisto no ouvido. Maria Raimunda explica a sensação depois de alguns minutos. “A sensação é só que tem alguma coisa no ouvido, mas que não tem quentura, nem dor”, define.
Por fim, o cone é retirado e cortado ao meio, para extrair a cera que foi puxada. No caso da aposentada Maria Raimunda, havia pouca cera e o material amarelado esfarelou na parede do cone. Segundo a profissional, em outros clientes com mais cera, o cone fica com material espesso e cor mais forte.
Segundo a técnica de enfermagem, tudo começou nos tempos de faculdade, há mais de 10 anos. Da turma de 40 alunos, apenas Maria se interessou em colocar em prática a terapia do Cone Chinês. “Essa técnica o objetivo maior dela é desobstruir e retirar o excesso de cera. É natural e não fere nenhum princípio da medicina”, disse.
Maria afirma que a limpeza ajuda até a diminuir o ronco. “Tenho uma cliente que já fez duas sessões e já teve melhora de 80% do ronco”, afirma.
O valor da sessão custa R$ 100 e a recomendação da profissional é que seja feito em média, 1 vez por mês.

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