Um grupo de 118 servidores da Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre) e que está na lista dos passíveis de demissão por conta de contratos irregulares com o hospital estadual decidiu se antecipar a decisão oficial e vai paralisar as atividades e não mais vão trabalhar a partir desta sexta-feira (23).
Em reunião com a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado do Acre (Sintesac), com a presença dos servidores da Fundhacre e da Sesacre, ficou decidido ainda uma manifestação e paralisação geral dos atingidos pela demissão a partir das 06h30 de segunda-feira (27).
Como são muitos os servidores atingidos com a demissão e ainda trabalhando, diversos setores da Fundhacre devem ser afetados com o movimento a partir desta sexta-feira. Os demitidos não têm ideia do que fazer para receber os plantões extras e as verbas rescisórias. Os servidores da Sesacre atingidos pela mesma medida também estão convocados para a manifestação de segunda-feira.
Sintesac se reúne com demitidos
Durante boa parte da tarde desta sexta-feira os representantes dos servidores atingidos pelas demissões estiveram reunidos com José Adailton Cruz, presidente do Sintesac, e a equipe jurídica do sindicato em busca de uma saída. Segundo Adailton, os servidores estão simplesmente sendo avisados que estão fora de folha, mesmo tendo trabalhado durante este mês, onde os nomes deles estavam nas escalas de serviço.
“Os gerentes das unidades deveriam ter avisado cada servidor com antecedência sobre a saída deles das escalas e orientado a cada servidor para ir à Sesacre para requerer os plantões extras e verbas rescisórias. Mas nem um gerente fez isso”, afirmou o sindicalista.
Adailton garantiu o apoio do sindicato ao grupo afetado, e informou que Sintesac vai ajuizar outra ação judicial, mas agora contra a Fundhacre. O sindicato já possui uma ação contra a Sesacre por conta do mesmo problema e à espera de decisão judicial. “Vamos apoiar os nossos servidores nessa luta”, garantiu Adailton.
Servidor desabafa e conclama para a luta
O servidor James de Oliveira, lotado no serviço de Raio “X” e Tomografia e um dos 118 atingidos, revelou estar trabalhando provisoriamente há 14 anos e disse ser parte de um grupo qualificado para este serviço. “Agora o governo diz que é irregular por conta de decisão do MPAC. Por conta disso, fomos notificados há poucos dias e sem qualquer aviso prévio. Temos vida, dívidas e isso nos atinge diretamente”.
James revelou ter sido notificado apenas no meio do mês março, no dia 13, com somente cinco dias para apresentar uma defesa em Processo Administrativo. “Isso como se eu tivesse cometido algum erro em minha atividade laboral. Se vão nos tirar, ao menos nos deem o tempo necessário para isso”, argumentou.
O servidor destacou estar o Estado simplesmente descartando os trabalhadores depois de anos de cumprimento do dever. “Eu passei em concurso e estou próximo de ser chamado, mas não posso me acomodar quando têm colegas em vias de aposentadoria na mesma situação. Tem muita gente já de idade e com mais de 20 anos de serviço e sem recolocação no mercado, os quais vão ser simplesmente descartados”, comentou.
Sobre os contratos extras e por 90 dias, James foi enfático: “Esses contratos extras, com mais três meses de trabalho, não vão resolver a vida das pessoas e todos devem se juntar a esta luta e paralisar as atividades. A saúde está um caos e o pouco que funciona, é precário”.
Acessória da Sintesac
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