Febre amarela chega à região norte e Preocupa áreas de fronteira


Do Jornal A Tribuna
Rondônia e Amazonas começam a registrar casos suspeitos de febre amarela, ampliando as preocupações das autoridades de saúde regionais. No Amazonas, um caso foi confirmado no município de Autazes, no médio Amazonas, mas foi classificado como da forma silvestre da doença. A vítima teria sido um adolescente de 14 anos. A forma silvestre da doença é mais tradicional na região e transmitida pelo mosquito Haemagogus. A febre amarela urbana, que pode derivar dessa modalidade silvestre, é transmitida pelo Aedes Aegipty.

Em Rondônia, as suspeitas, em Ji-Paraná e na periferia de Porto velho tem sido tratadas como possíveis casos de febre amarela urbana, mas não se sabe se o contágio teria acontecido no estado ou se seriam de pessoas que viajaram a outros locais. Mesmo assim, a presença de portadores da doença acende o alerta, pois eles ficam expostos aos vetores de transmissão, devido à alta incidência de mosquitos na região e das endemias provocadas pelo Aedes, como a Zika e a Dengue.

Outra situação perigosa acontece na Bolívia, que já enfrentou surto de zika e dengue e tem altas concentrações do mosquito transmissor. Há casos suspeitos, embora ainda não confirmados oficialmente da febre amarela na região fronteiriça como Brasil.

A região do Alto Acre se torna, assim, potencialmente perigosa para o aparecimento da doença, o que exige das autoridades de saúde municipais ações de conscientização e prevenção. Especialmente, é preciso informar sobre a conveniência e os perigos da vacina, que requer cuidados especiais em pacientes com diabetes, cardíacos e com outras situações clínicas específicas. A questão do tempo de validade da vacinação é outro tema a ser debatido. Recomendada a cada dez anos, há indicações de que, na maioria dos casos, uma única dose pode ser suficiente por toda a vida, segundo recente recomendação do Ministério da Saúde.

Há ainda um alerta importante de que não há perigo no aparecimento de macacos infectados, pois eles não são transmissores da doença. Eles são vítimas, como os humanos, da transmissão por mosquitos.

A melhor alternativa, no momento, é a prevenção, com campanhas de esclarecimento nas escolas, postos de saúde e centros comunitários, além da ampliação de campanhas de erradicação de locais possíveis de multiplicação do vetor Ades Aegipty, recomendação que também serve para evitar casos de dengue, zika e Chikungunya.

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