Esporte: Mundial de clubes Grêmio sofre até a prorrogação, mas bate Pachuca e está na final do mundial


Pouco brilhante, mas com bastante disposição, o Grêmio se tornou nesta terça-feira o primeiro finalista do Mundial de Clubes de 2017 ao vencer o Pachuca por 1 a 0 na prorrogação no estádio Hazza Bin Zayed, em Al Ain, nos Emirados Árabes.

O jogo foi de poucas chances de gols nos dois lados. Na melhor tentativa do time brasileiro em 90 minutos, Luan chutou rasteiro, o goleiro espalmou, e a bola ainda bateu na trave. Nos instantes finais, os 'Tuzos' poderiam ter se tornado a primeira equipe da Concacaf na decisão do torneio, mas o cabeceio de Guzmán passou rente à trave.

Na prorrogação, brilhou a estrela do jovem Everton - e do técnico Renato Gaúcho, que apostou no garoto. O meia-atacante de 21 anos disparou pela esquerda, cortou para o meio e finalizou com força para marcar o gol da classificação.

Foi a terceira vez em três participações no Mundial que o Grêmio disputou partidas de 120 minutos. O título da Copa Intercontinental de 1983 foi obtido no tempo extra diante do Hamburgo, com dois gols de Renato. Em 1995, o time de Porto Alegre perdeu para o Ajax nos pênaltis.

Na final, que será realizada no próximo sábado em Abu Dhabi, o Grêmio jogará contra o Real Madrid, atual campeão, ou o Al Jazira, vencedor do Campeonato dos Emirados Árabes. Os dois se enfrentarão nesta quarta.

O único desfalque do Tricolor gaúcho em relação à final da Taça Libertadores, há pouco menos de duas semanas, foi o volante Arthur, que sofreu uma lesão no tornozelo esquerdo durante a vitória sobre o Lanús por 2 a 1, que garantiu o título.

No Pachuca, os nomes mais conhecidos foram o meia japonês Keisuke Honda, ex-Barcelona, e o goleiro Óscar Pérez, de 44 anos e marcado por ser considerado baixo para alguém da posição. Segundo o clube mexicano, ele mede 1m74.

O Grêmio teve mais a bola desde o começo, mas a primeira finalização de perigo foi da equipe mexicana. Aos sete minutos de partida, Honda teve espaço na intermediária, bateu de longe e mandou rente à trave esquerda.

O Imortal respondeu também com chute de longa distância, aos 16, em cobrança de falta de Edílson. A bola pegou efeito e tirou tinta do travessão. Um minuto depois, em erro de Pérez no tiro de meta, Luan recolheu e arriscou, mas acabou acertando Fernandinho.

O jogo passou a ficar nervoso com o tempo, e o tricampeão da Libertadores cometia muitos erros, enquanto o Pachuca trocava passes, mas sem tanta objetividade. Aos 29, Luan lançou Ramiro, que não pegou bem e facilitou o trabalho de Pérez.

Com dificuldade na criação, o time gaúcho incomodava apenas na bola parada. Aos 40 minutos, Fernandinho cobrou falta perto do bico esquerdo da área e encheu o pé, mas encobriu o travessão.

O Grêmio voltou mal do intervalo, recuado e atacando com cada vez menos jogadores. Aos dez minutos, Jailson saiu jogando mal, Urretaviscaya aproveitou e bateu colocado, mirando o cantinho. Grohe teve de se esticar todo para defender.

Em seguida, aos 11, o vencedor da Libertores deu mais um sinal de nervosismo. Luan fez o chuveirinho em mais uma falta, e Michel e Jael, que havia entrado um pouco antes, foram juntos para a bola, que foi para fora. Os dois jogadores gremistas ficaram discutindo após o lance.

Principal nome do Tricolor e discreto até então, Luan deu o ar da graça aos 14. O camisa 7 - mesmo número de Renato Gaúcho no título da Copa Intercontinental em 1983 - ajeitou para o pé direito e chutou de longe. Pérez voou no cantinho, desviou e ainda viu a bola resvalar na trave antes de sair.

Com o passar do tempo, o Grêmio foi retomando o controle das ações, mas as chances não eram abundantes. Aos 19 minutos, Edílson levantou e Jael cabeceou à direita do alvo.

Aos 29, novamente em cobrança de falta, Edílson enganou bastante gente, incluindo Renato Gaúcho, que comemorou em vão. O lateral bateu com efeito e acertou a rede, mas pelo lado de fora. Na sequência, aos 31, Everton recebeu na área, mas tentou um corte a mais, e o chute foi bloqueado.

Após algum tempo sendo sufocado, o Pachuca quase balançou a rede aos 34. Urretaviscaya ficou com a sobra na direita, evitou a saída da bola e mandou para a área. Guzmán se antecipou na primeira trave e cabeceou a centímetros do alvo.

Luan poderia ter matado a partida ainda no tempo normal, mas perdeu oportunidade incrível na pequena área, aos 42. Após escanteio pela esquerda, Jael desviou e encontrou o parceiro de ataque, que tentou o domínio e acabou dando um presente ao goleiro.

No tempo extra, o Grêmio se mostrou disposto a decidir, enquanto o Pachuca começou "cozinhando". A equipe brasileira foi premiada pelo esforço aos seis minutos do primeiro tempo, quando Cortez fez o arremesso lateral, Everton ganhou do primeiro na força, do segundo na habilidade e finalizou com força para o alto, superando Pérez e fazendo 1 a 0.

O Tricolor ofensivo, que empolgou durante a Libertadores, pareceu ter ficado guardado para a prorrogação, dominada pelo time - que também mostrou melhor preparo físico. Aos 13, Luan recebeu de Everton e abriu para Léo Moura, que cruzou por baixo. Jael se esticou todo, mas não alcançou.

Na segunda etapa, aos quatro minutos, os 'Tozos' ficaram com um homem a menos. Ainda assim, o time mexicano foi para cima, ao mesmo tempo em que se expunha a contra-ataques. Aos sete, Luan acelerou pela direita e bateu muito perto da trave.

Renato chamou mais um zagueiro, Rafael Thyere, e o Grêmio recuou de vez nos instantes finais. O Pachuca cresceu, mas pressionou na base do abafa, apenas com lançamentos, e esbarrou em uma defesa bem postada, que garantiu uma equipe brasileira na final do Mundial pela primeira vez em cinco anos, desde o título do Corinthians.

Ficha técnica:.

Grêmio: Marcelo Grohe; Edílson (Léo Moura), Pedro Geromel, Kannemann e Cortez; Jailson, Michel (Everton) e Ramiro; Luan, Fernandinho (Rafael Thyere) e Barrios (Jael). Técnico: Renato Gaúcho.

Pachuca: Pérez; Martínez, González, Murillo e García (Sagal); Hernández, Aguirre (Sánchez), Guzmán e Honda; Urretaviscaya (Cano) e Jara (Herrera). Técnico: Diego Alonso.

Árbitro: Felix Brych (Alemanha), auxiliado pelos compatriotas Mark Borsch e Stefan Lupp.

Cartões amarelos: Kannemann, Ramiro e Jael (Grêmio); Guzmán, García e Hernández (Pachuca).

Cartão vermelho: Guzmán (Pachuca).

Gol: Everton (Grêmio).

Estádio: Hazza Bin Zayed, em Al Ain (Emirados Árabes).

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