Caos na saúde : faltam alimentos , materiais para cirurgias , macas e lixo tóxico se acumula no necrotério do Huerb em Rio Branco


Davi Sahid
Folha do Acre

Na manhã desta quarta-feira (7), servidores do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb) denunciaram à reportagem da Folha do Acre que todo lixo hospitalar produzido no Pronto Socorro nos últimos dias está amontoado à espera de coleta.
Um funcionário, que não quis ter o nome revelado com medo de represália, informou que o lixo tóxico está no antigo necrotério, atraindo ratos, moscas e insetos diversos.
“São materiais perfuro cortantes (agulhas, bisturis, seringas), gases de curativos, materiais de suturas. O mau cheiro predomina no ambiente, até as pessoas que passam na rua Isaura Parente podem sentir o odor pelo lado de fora do hospital. Isso é uma falta de respeito, o Pronto Socorro cada dia que passa se torna pior”, disse o funcionário.
Segundo o denunciante, a empresa que faz a coleta de lixo teve o contrato suspenso pelo governo do Acre.
O servidor disse, ainda, que no Pronto Socorro existem várias pessoas no leito ortopédico, que já estão há meses esperando pelas cirurgias e que está faltando material para as operações. Ele denunciou, ainda, que as cadeiras de rodas estão sucateadas e que falta maca até para os pacientes que chegam na ambulância do Samu.
A reportagem entrou em contato com assessoria da Secretaria de Saúde do Estado do Acre e foi informada que o problema de falta de material para as operações ortopédicas já foi resolvido, e enquanto ao lixo hospitalar houve um problema com o contrato da empresa que presta os serviços à unidade hospitalar e a direção espera resolver a situação o mais rápido possível. Em questão das cadeiras de rodas sucateadas e a falta de macas, a assessoria não se pronunciou.
Maternidade
O problema na saúde chegou afetar também a Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco. Servidores e pacientes denunciaram nesta quarta-feira que o cardápio servido no hospital, vem sendo a base de ovo, pirão escaldado, arroz, feijão e, de acompanhamento, simplesmente um suco de groselha.
Os funcionários denunciaram, ainda, que apenas os plantonistas tiveram o direito ao café da manhã. Já os demais funcionários deverão trazer sua comida de casa.
“Vamos aguardar a resposta do governo, estamos juntando tudo que há de errado na maternidade e em breve denunciaremos à imprensa. Até os ovos já acabaram, estamos só no pirão escaldado, arroz, feijão. Estamos fazendo vaquinha para comprar alguma carne para juntar com a mistura”, disse o servidor.
A diretora geral da Maternidade Bárbara Heliodora, Serlene Gonçalves, disse em nota que não são verdadeiras as informações de que a unidade esteja servindo pirão escaldado e suco de groselha aos pacientes e servidores, uma vez que os alimentos não fazem parte do padrão alimentar da MBH.
No que diz respeito ao fornecimento de ovo, o alimento compõe o cardápio da maternidade devido ao seu alto poder nutritivo. Mesmo assim, não é prática servir ovo como único acompanhamento.
Por fim, a diretora disse que a ausência de carne nas refeições desta terça-feira, 07, foi em razão do atraso de entrega por parte do fornecedor e que inclusive a situação já foi resolvida.

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