Casos de doenças transmitidas pelo Aegypti crescem em até 170% no Acre, aponta Ministério da Saúde


Os casos de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti aumentaram no Acre, segundo o que divulgou o Ministério da Saúde nesta terça-feira (13). O índice mais alto é o da dengue, que registra um aumento de 170% comparando o período de janeiro a outubro do ano passado ao deste ano.

Em 2017, foram registrados 1.278 casos da doença, já este ano esse número saltou para 3.491. O segundo índice mais alto é nos casos de chikungunya, que registra aumento de 95%.

Considerada pelos especialistas como a doença que tem efeitos mais severos, a chikungunya foi diagnosticada em 186 pessoas somente este ano, sendo que, no mesmo período do ano passado, o Acre registrou 95 casos da doença. Segundo levantamento, a incidência da doença é de 22,4 casoS para cada 100 mil habitantes.

Com 51 casos este ano, a zika teve um aumento de 86% comparando os dois períodos. No ano passado, foram 26 casos. O Ministério da Saúde destaca ainda que não houve mortes em decorrência das doenças, mas destaca que o combate ao mosquito vetor tem que ser o foco das ações dos estados em parceria com os municípios.

Os dados foram divulgados em uma coletiva de imprensa feita pelo Ministério da Saúde através do canal na internet. José Braz, coordenador da sala nacional de controle de dengue, zika e chicungunya, diz que não existe um fator principal para que os números sejam altos na região amazônica.

“São diversos fatores condicionantes para a transmissão da dengue. No caso, a Amazônia como um todo, as chuvas acontecem durante todo o ano e nessas regiões, nas vigilâncias, os cuidados devem ser constantes, sobretudo, garantir as ações de controle vetorial, além de manejo ambiental, participação dos agentes de saúde, equipamentos, fumacê, todas essas ações têm que ser intensificadas e, uma vez registrado altos índices de infestação de vetores em localidades específicas, ser direcionadas ações para essas localidades pra se baixar a quantidade de insetos e assim ter a redução de casos”, destaca.

O coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Divino Martins, destacou ainda que o estudo de combate ao Aedes aegypti é feito em cima de vários fatores específicos de cada região.

“Depende de fatores climáticos, epidemiológicos, de suscetibilidade da população em relação ao vírus, depende muito da população de mosquito e temperatura. Então, quando nós fazemos uma análise epidemiológica é importante se entender o conjunto desses fatores, como um todo, e aí começamos então definir dentro do conjunto desses fatores o que mais está influenciando para que prevaleça um ou outro vírus”, pontua.

O fato é que não existe apenas um fator que torne a proliferação do mosquito mais propícia em determina região. “O importante é sabermos que o vetor é o mesmo, as ações de combate são as mesmas e a população, aliada ao estado, todos juntos podemos evitar esses problemas. O ideal é termos vacina, mas como isso ainda está em fase de estudos, o elo mais sensível para o controle dessas doenças é a atenção à vigilância e ao combate ao vetor”, enfatiza.

Campanha publicitária
Com o slogan: “O perigo é para todos. O combate também. Faça sua parte”, a campanha publicitária do Ministério da Saúde, lançada nesta terça-feira quer chamar a atenção de todos da comunidade para que se envolvam efetivamente no combate ao mosquito.

Marília Carvalho, gerente do departamento de vigilância ambiental e controle de endemias do estado, destacou que as ações de combate ao mosquito ocorrem durante todo o ano, mas que é preciso que as pessoas tenham consciência do papel importante que podem desenvolver nessa luta.

“Esse ano, mesmo com o período de seca, que é quando a proliferação reduz, não tivemos grandes reduções, a gente vem alertando os municípios para que retornem as atividades de controle vetorial. O que devemos explicar também, que há muitos casos descartados após a notificação”, diz.

Profissionais estão sendo capacitados e até a próxima semana, devem ser encaminhados aos municípios do estado ferramentas para reforçar as ações, segundo a gerente.

“Vamos apoiar os municípios com fumacê, já na próxima semana esse equipamento e outros devem chegar nos municípios e o Estado, dentro de sua competência vem apoiando as prefeituras. Mas, é ter consciência que todo mundo é responsável pelo combate ao mosquito”, finaliza.

Por Tácita Muniz, G1 AC — Rio Branco

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