Em interrogatório realizado nesta quarta (7) na Justiça Federal do Paraná, o empresário Marcelo Odebrecht afirmou que as reformas num sítio em Atibaia, pagas em parte pela empreiteira de sua família, eram uma “coisa pessoal” para o ex-presidente Lula.
Ele declarou que ficou sabendo da reforma no sítio, que era frequentado pelo líder petista, depois que ela já havia começado -e foi contrário ao envolvimento da Odebrecht no pagamento da obra.
“Eu até reclamei porque, primeiro, eu achava que era uma exposição desnecessária”, afirmou. “Seria a primeira vez que a gente estaria fazendo uma coisa pessoal para o presidente Lula.”
Segundo ele, as reformas foram autorizadas por seu pai, Emílio Odebrecht, após um pedido feito ao então executivo da empreiteira Alexandrino Alencar.
Ambos são réus na ação que acusa o ex-presidente de corrupção e lavagem de dinheiro em obras num sítio em Atibaia, frequentado por Lula -ele seria, de acordo com o Ministério Público Federal, o “proprietário de fato” do local.
As reformas custaram cerca de R$ 1 milhão, e foram pagas pelas empreiteiras Odebrecht e OAS, com valores oriundos de contratos na Petrobras, segundo a denúncia.
Marcelo afirmou que havia “um bando de gente trabalhando na obra”, e seria difícil manter o caso em sigilo.
Ele também reclamou com o pai de que o acerto não havia sido incluído na planilha que ele mantinha com o ex-ministro Antonio Palocci -uma espécie de conta corrente de propinas para o PT, pagas pela Odebrecht, por meio de desvios de contratos públicos.
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