Quase 30 agentes penitenciário do Acre fazem acampamento psicológico, aponta Iapen

Quase 30 agentes penitenciários do Acre fazem acompanhamento psicológico, aponta Iapen

Problemas mais comuns entre os agentes são depressão e alcoolismo, segundo direção do Iapen-AC. Cinco servidores estão afastados de suas funções.

Por Aline Nascimento
Em todo o Acre, há 1.315 agentes penitenciários. A rotina desgastante nos presídios e o contato direto com criminosos fazem esses servidores enfrentarem problemas sérios de saúde. O G1 pediu ao Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC) a quantidade de carcereiros que estão em acompanhamento psicológico ou afastados de suas funções por questões de saúde mental.

Do quadro de agentes, segundo o Iapen, 18% estão cadastrados no Centro Integrado de Apoio Biopsicossocial (CIAB), o que equivale a 245 servidores. Ainda desses, 29 estão em acompanhamento psicológico. Porém, o Iapen diz que esses números são bastantes voláteis, conforme segue cada tratamento.

Depressão e alcoolismo são os problemas mais comuns detectados pelo Iapen entre os agentes penitenciários com problemas psicológicos. Atualmente, cinco agentes estão afastados dos cargos para tratamento.

Conforme o Iapen-AC, dos cinco servidores afastados apenas um é do interior do Acre, sendo os demais de Rio Branco. O Núcleo de Atendimento ao Servidor Penitenciário (Nasp) oferece psicólogos e assistentes sociais para atendimentos e acompanhamentos dos profissionais que precisam desse tipo de ajuda.

“Geralmente, a gente identifica pelo chefe de equipe ou pela gestão de pessoas que acaba identificando faltas e outros pontos que indicam esse tipo de problema. Fazemos o atendimento psicológico pelo núcleo, fazemos atendimento domiciliar também, tentamos trazer a família para perto do tratamento”, contou o diretor-presidente do Iapen-AC, Lucas Gomes.

*Profissão perigosa*

O diretor explicou também que a equipe que acompanha o servidor que determina se ele tem ou não condições de retornar para o trabalho operacional. Se não for liberado para trabalhar diretamente com os presos, o servidor, às vezes, é liberado para atuar na parte administrativa.

Gomes acrescentou que os servidores dispõe também dos atendimentos no Centro Integrado de Apoio Biopsicossocial (Ciab), oferecido pela Segurança Pública do Acre.

"A gente reconhece que é uma atividade penosa. A Organização Mundial de Saúde já identificou a atividade de agente penitenciário como a segunda profissão mais perigosa do mundo. Isso acaba trazendo sequelas e mazelas", lamentou.

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