O grande golpe do mec nas universidades públicas


As universidades públicas são  responsáveis por muitas pesquisas científicas e, no campo tecnológico, consideradas imprescindíveis para o desenvolvimento do nosso país. Apesar da grande contribuição da academia  na formação intelectual da nossa sociedade, somente uma política neoliberal para  tomar uma decisão tão absurda como esta, de cortar quase R$ 6 bilhões, que corresponde a uma perda de receita de 30% da verba de custeio das instituições,  que com os recursos disponíveis já insuficientes para melhoria da qualidade do ensino superior e  expansão dos cursos existentes na área de bacharelado e licenciatura.
As consequências desses cortes são graves, pois interromperão os projetos de pesquisas em fase de desenvolvimento nos cursos superiores. A campanha orquestrada pelo governo Bolsonaro, contra os  gastos do ensino superior, o nosso país ocupa a última posição entre as 39 economias avaliadas de gastos com a educação universitária, segundo relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). O relatório apontou que cada estudante universitário brasileiro corresponde uma despesa anual estipulada em torno de US$ 3.720 por ano, conforme os dados correspondentes ao ano de 2015.
 A medida arbitrária do ministro da Educação, Abraham Weintraub que o dinheiro será aplicado na educação de base não corresponde com a verdade, pois o MEC contingenciou R$ 2,4 bilhões que estavam previstos para serem investidos nos programas da educação infantil.  Para o desenvolvimento de um país, os governantes  precisam investir massivamente em pesquisa como único caminho do salto tecnológico de que tanto precisamos. O contingenciamento de recursos da educação contribuiu para unificar o movimento sindical, universitário e social em defesa da educação pública de qualidade.   
A universidade pública conta atualmente, com cerca de 12 mil estudantes matriculados nos 34 cursos ofertados na capital acreana e 12 cursos de bacharelado e licenciatura no interior. Depois de um intenso debate, a sociedade civil organizada decidiu pela deflagração da Greve Geral no dia 15, em resposta às medidas arbitrárias do governo federal.     

Rosana Nascimento,  é presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre  (Sinteac)

Comentários