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Bens e serviços controlados subiram mais que inflação em 20 anos

Apenas produtos com inovações tecnológicas ficaram mais baratos


Por Wellton Máximo 
Linhas de transmissão de energia, energia elétrica.
Os preços de produtos e de serviços controlados, administrados ou essenciais – como energia, transporte, educação, remédios, médicos, hospitais e combustíveis – subiram mais que a inflação nos últimos 20 anos, revelou levantamento divulgado hoje (10) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). 
Segundo a entidade, apenas os produtos tecnológicos que passaram por inovações, como televisores e computadores, tiveram queda de preço no mesmo período.
De agosto de 1999 a março de 2019, a inflação oficial acumulada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) somou 240%. No mesmo período, a cesta de serviços médicos e hospitalares foi a que mais subiu, 374%, seguida pela energia elétrica, com alta de 358%. Em terceiro lugar, vem o transporte público, com aumento de 352%, seguido pela educação formal, com alta de 340%.
Para a CNI, a falta de competição e as falhas de mercado intensificam a alta nos preços dos bens e dos serviços controlados. “São mercados fortemente controlados, seja por intervenções nos preços, ou por controle sobre a qualidade e o tipo de serviço prestado – serviços médicos e educação, principalmente –, gerando um ambiente de competição imperfeita”, destacou o levantamento.
Por outro lado, diversos produtos industrializados tiveram alta nos preços nos últimos 20 anos, mas em ritmo menor que a inflação. Os celulares acumularam aumento de 132%. Para os automóveis, a alta somou 44%. Segundo a CNI, o aumento inferior ao IPCA levou à perda de receita da indústria, dado que os preços da energia, do transporte público e dos combustíveis subiram mais que a inflação, pressionando os custos de produção.
O acúmulo de inovações e a exposição à concorrência fizeram com que alguns produtos tecnológicos ficassem mais baratos nas últimas décadas. Segundo o levantamento, os televisores acumulam queda de 57% nos preços no período pesquisado. Para os microcomputadores, a queda nos preços chegou a 66%.

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