"Esse era nosso medo" , diz médica após confirmação de transmissão comunitária no Acre


Por Edmilson Ferreira 
“Esse era o nosso receio e motivo também de nosso apelo para que as pessoas continuassem em casa. Nosso objetivo era justamente o de controlarmos os focos da doença, evitando até que a produção de exames para identificarmos esses mesmos focos, fosse comprometida”. A declaração é da médica Paula Mariano, secretária-adjunta de Saúde do Acre, ao falar dos desdobramentos dessa forma de transmissão no Estado.

A transmissão comunitária é quando ninguém sabe quem infectou quem. Até esta sexta-feira (9) ainda era possível saber com a pessoa se contaminou porém agora não dá mais.

O último boletim da Sesacre trouxe dois casos de pessoas, um administrador de empresa e um servidor público, que não sabem de quem pegaram a doença. Trata-se dos primeiros dois casos oficiais desse tipo desde o último dia 17 de março, quando o Acre registrou os três primeiros casos de pessoas contaminadas pela doença.

Já o médico Victor Hugo Panont, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), orienta sobre os cuidados que devem ser tomados, e até reforçados, neste período, para os riscos que a Covid-19 traz a idosos e pessoas com doenças preexistentes, como a hipertensão, a diabetes e as doenças respiratórias.

“Ainda que a maioria dos infectados apresente quadros leves ou assintomáticos, algumas pessoas estão mais suscetíveis a complicações, como foi o caso das duas idosas, que infelizmente foram a óbito, sendo uma portadora de doenças crônicas como diabetes, e a segunda, com sequelas de um Acidente Vascular Cerebral. Mas os idosos não são os únicos que devem seguir com rigor os cuidados e o isolamento social neste momento, especialmente agora que a transmissão comunitária é uma realidade e que deve ser encarada com muita seriedade”, alerta Panont.

Segundo o médico, “portadores de hipertensão e de doenças respiratórias, por exemplo, precisam ampliar a cautela, reforçando as medidas de higiene e de isolamento social”.

“É permanecer em casa, não tem outra opção”, enfatiza Victor Hugo Panont em entrevista à Agência de Notícias do Acre.

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