Motoboy agredido por PM admite que empinou motocicleta, mas que “nada justifica agressão covarde”
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Por Leônidas Badaró
O motoboy que foi agredido por um policial militar na noite da última quinta-feira, 2, na região do bairro João Eduardo, na capital acreana, cujo o episódio foi gravado por câmeras de segurança e repercutiu nas redes sociais foi encontrado pelo ac24horas.
Johnyskley Braga Dos Santos, tem 24 anos, é casado e pai de dois filhos e há 8 sustenta a família como motoboy, principalmente fazendo a entrega de lanches no período da noite.
Com exclusividade, Johnyskley conta o que aconteceu no vídeo que viralizou na internet e virou tema de discussão sobre o comportamento da Polícia Militar.
“Eu faço questão de falar com vocês para esclarecer tudo, até porque já estão querendo denegrir minha imagem. Eles estão comentando que eu empinei a moto. Eu realmente em algum momento devo ter empinado, mas não vi a viatura. Quando eles me abordaram, já chegaram me esculhambando. “Vagabundo, como é que tu passa pela gente assim desrespeitando?” Quando ele falou isso, eu disse que tava errado, que disse que entendia meu erro. O policial disse que não queria nem saber e já me deu uma cotovelada. Eu falei que não precisava daquilo e ele me deu um tapa que quebrou meus óculos. Eu uso óculos de grau. Perguntei como é que eu ia trabalhar agora com os meus óculos quebrado e ele disse os seguinte: “Quero que tu se foda” e me deu outro tapa. Ninguém quis conversar, ele já chegou me agredindo”, diz Johnyskley.
Ele conta que o erro que cometeu empinando a moto não justifica a agressão que sofreu. “Só um me bateu. Ao todo foram três tapas no rosto e uma cotovelada. Eu sei que errei de ter empinado a moto, mas não sou nenhum bandido. Depois que eles me agrediram, chamaram uma viatura do trânsito e para ter uma ideia só peguei uma multa porque tinha um documento atrasado. Eu não sou nenhum bandido, sou trabalhador e não era necessária essa agressão”, afirma.
Johnyskley enviou à redação do ac24horas o Documento Único de Transferência (DUT) “Eles estão querendo denegrir minha imagem dizendo que a moto é roubada. Eu tenho o DUT para provar. Apenas não concluir a transferência porque o Detran tá fechado”.
O advogado Gabriel Santos publicou nas redes sociais que, na próxima semana, assume o caso e vai representar contra os policiais na Corregedoria da PM e na Promotoria de Controle Externo da PM no Ministério Público do Acre pela agressão, mesmo a vítima não tendo apresentado resistência.
O comando da PM declarou em nota que o comandante da guarnição, que não teve o nome revelado, admitiu ter se excedido ao agredir o motoboy.
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