Com 31 pedidos de impeachment, Bolsonaro supera Collor, Itamar e FHC
Em apenas 16 meses de governo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) já foi alvo de 31 pedidos de impeachment. Desse total, sete foram protocolados após o ex-ministro da Justiça Sergio Moro acusar o comandante do Palácio do Planalto de interferência política na Polícia Federal.
Entre outras denúncias, o presidente é acusado de crime de responsabilidade por incentivar a participação de apoiadores em protestos nos quais são defendidos o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF), além de constantemente minimizar os riscos da pandemia de coronavírus para a população.
Desde o início da crise, Bolsonaro dá seguidas declarações nas quais diminui ou subestima o perigo que o vírus representa. Na última semana, por exemplo, ao ser questionado sobre o fato de o Brasil ter superado a China no número de mortos por coronavírus, o presidente respondeu: “E daí? Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”, disse, em referência ao seu sobrenome.
Na quinta-feira (07/05), o presidente sustentou que o isolamento e o distanciamento social, defendidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo próprio Ministério da Saúde, não estão funcionando para achatar a curva de mortos e infectados, mas “servindo só para matar o comércio”.
De acordo com a Secretaria-Geral da Mesa da Câmara, em pouco mais de 31 meses de governo, o ex-presidente Michel Temer, assim como Bolsonaro, também foi alvo de 31 pedidos de impeachment. Durante os 67 meses dos dois mandatos da ex-presidente Dilma Rousseff, foram protocoladas 68 representações. A petista foi afastada do cargo em 2016.
Em 96 meses de governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o petista teve 37 pedidos. No mesmo período, Fernando Henrique Cardoso recebeu 24 representações. Itamar Franco, quatro. Antes de renunciar, o ex-presidente Fernando Collor recebeu 29 denúncias nos 31 meses de governo.
Mesmo após deixar o cargo, que levou o vice, Itamar Franco, a assumir a Presidência da República, a ação contra Collor continuou e os parlamentares decidiram que o ex-presidente não poderia evitar o processo de cassação pela apresentação tardia da carta de renúncia. Com o julgamento, Collor ficou inelegível por 8 anos.
Maia diz que prioridade é pandemia
Insistentemente questionado sobre os pedidos de impeachment contra Bolsonaro, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem dito, em entrevistas e a interlocutores privados, que a prioridade da Câmara, no momento, é debater medidas para combater os efeitos da crise ocasionada em decorrência da pandemia de Sars-Cov-2. Ele sinaliza que não quer deflagrar uma ação de afastamento do presidente.
Segundo Maia, processos de impeachment devem ser pensados “com muito cuidado”.
“Processos de impeachment e possibilidade de CPIs precisam ser pensadas e refletidas com muito cuidado. Acredito que o papel da Câmara dos Deputados, neste momento e nos próximos dias, é que a gente volte a debater, de forma específica, a questão do enfrentamento ao coronavírus”, disse.
Do portal Metrópoles
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