Casa onde João de Deus atendia reabre após mais de 3 meses fechada por causa da pandemia
A Casa Dom Inácio de Loyola, onde João de Deus realizava atendimentos espirituais, em Abadiânia, no Entorno do DF, reabriu na manhã desta quarta-feira (17) após mais de três meses fechada por causa da pandemia. Funcionários confirmara a retomada por telefone ao G1. Para a voltar a funcionar, várias medidas sanitárias serão implementadas.
João de Deus foi preso em dezembro de 2018 acusado de abusos sexuais durante os atendimentos no local. Ele sempre negou os crimes. Desde março deste ano, ele cumpre prisão domiciliar.
A casa foi reaberta apenas para visitação e meditação e é obrigatório o uso de máscaras de proteção. O salão principal terá locais marcados para respeitar o distanciamento social. Não haverá celebrações.
Um funcionário ficará na porta para medir a temperatura de quem chega e vetará a entrada de quem estiver febril.
A casa estava fechada desde março. Antes da prisão de João de Deus, chegava a receber até 4 mil pessoas por semana, incluindo uma grande parte de estrangeiros. Atualmente, o número sequer passa de 100.
Seis meses após as primeiras denúncias, o G1 esteve em Abadiânia e presenciou os efeitos da prisão de João de Deus na cidade. Além da queda no movimento na Casa Dom Inácio de Loyola, o comércio religioso e hoteleiro - que giravam em torno dele - também foram afetados. Muitos estabelecimentos tiveram que demitir funcionários ou até fechar as portas.
Prisão domiciliar
A prisão domiciliar de João de Deus foi determinada pela juíza Rosângela Rodrigues dos Santos, da Comarca de Abadiânia. Ela justificou a decisão com base na pandemia do coronavírus. A decisão impôs restrições, como a entrega do passaporte ao Judiciário, uso de tornozeleira eletrônica e proibição de frequentar a casa Dom Inácio de Loyola.
João de Deus também não pode sair de Anápolis, cidade onde mora. Ele deve comparecer ao Judiciário todo mês para informar as atividades exercidas na prisão domiciliar.
A decisão atendeu a uma recomendação do Conselho Nacional de Justiça para que os Judiciários e magistrados de todo o país revejam as prisões preventivas e provisórias diante da pandemia de coronavírus.
João de Deus já tem três condenações na Justiça, sendo uma por posse ilegal de arma de fogo (4 anos) e duas por crimes sexuais (juntas somam 59 anos).
Do portal G1 Goiás
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