NOTA DE PESAR
Com enorme tristeza, perdemos na manhã deste sábado, 20, Mário Cordeiro de Lima Puyanawa, grande liderança e referência histórica, que deixou um legado único de trabalho incansável a favor dos povos indígenas no Estado do Acre.
Mário Puyanawa tinha 77 anos de idade e foi vítima da Covid-19. Estava há 14 dias recebendo tratamento no hospital, mas não resistiu.
Mário Puyanawa foi cacique geral de seu povo após o contato com os brancos, sendo empossado em 1983. Por muito tempo, liderou o movimento indígena no Vale do Juruá e teve papel central no processo de conquista da Terra Indígena Poyanawa. Mário também trabalhou com seu povo pela criação da Associação Agroextrativista Poyanawa do Barão e Ipiranga (AAPBI), criada em 1988. É pai de Joel Poyanawa, cacique atual, e de outros 7 filhos.
Junto a Railda Manaitá e Luiz Manaitá, Mário Poyanawa trabalhou muito pela revitalização da língua Puyanawa e teve importância ímpar na reorganização do seu povo e no fortalecimento da cultura. Seus pais, Sr. Moraes e Srª. Francisca, guardavam a memória do povo Puyanawa e Mário soube manter viva e transmitir às novas gerações a cultura do seu povo. Mário Puyanawa viajou muitas vezes para Brasília e Rio Branco ao lado dos txais Terri e Macêdo, da CPI-Acre, na luta pelo território Poyanawa.
Nossos sinceros sentimentos ao povo Puyanawa!
“Mário Cordeiro de Lima, o nosso querido Jabuti, fez sua passagem para a vida eterna recentemente. Mas deixou um legado eterno para o seu povo, um lindo território indígena regularizado. Certamente, vai ter um lugar pra ele na seleção celeste pra continuar jogando o seu futebol com muita raça. Me sinto um privilegiado por ter sido seu amigo aqui na Terra. A Deus Mário!” (Txai Terri)
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