Sinteac preocupado com as condições de trabalho nas escolas públicas pós-pandemia

SINTEAC PREOCUPADO COM AS CONDIÇÕES DE TRABALHO NAS ESCOLAS PÚBLICAS PÓS –PANDEMIA 

A diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (Sinteac) manifesta preocupação com as condições de trabalho dos professores e funcionários de escola pós –pandemia nas escolas pública. Com a flexibilização da quarentena e a retomada das atividades escolares em muitos Estados, os professores que fazem parte dos grupos de risco (doenças pré-existentes) estão temerosos e cobram dos governantes (estaduais e municipais) a adoção de um protocolo de medidas higienicossanitárias,  que reduza o número de alunos por sala de aula, que impeça aglomerações dos estudantes no horário do recreio, a disponibilidade de álcool em gel no portão central da escola e o uso obrigatório de máscara no espaço escolar. “Em muitas escolas não têm sabão para os alunos lavarem as mãos, enquanto em outras na zona rural apenas um único banheiro para ser compartilhado”, lamentou a sindicalista Rosana Nascimento, presidente do Sinteac.
Destacou que é  favorável ao espaçamento das carteiras e da realização de aulas ao ar livre como forma de prevenção à saúde dos alunos matriculados no ensino fundamental e médio. Lamentou que a média de alunos nos últimos anos do fundamental-II e no médio chega a mais de 40 estudantes por turma, mas como a coordenação das escolas pretende reduzir as turmas, sem prevê o aumento de mais professores?  A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é de um distanciamento maior entre as carteiras, consequentemente menor número de alunos por sala. Espera que as Secretarias de Educação sejam mais democráticas, ouvindo a comunidade escolar antes da retomada das aulas presenciais. “Acatar sugestões não somente dos gestores, mas dos professores, funcionários, alunos e pais dos  alunos que estão bastante assustados, com essa mortandade registrada em nosso estado”, sugeriu a sindicalista.  
A presidente do Sinteac disse que o Ministério da Educação (MEC) baixou uma portaria estabelecendo trabalho aos sábados, feriados e no contraturno, para reposição da carga horária estipulada, pela LDB (Lei de Diretrizes e Base da Educação), mas não sinalizou com nenhuma contrapartida  à categoria. O documento aponta que a reorganização ficará sob a responsabilidade de cada sistema de ensino (municipal, estadual, federal e particular), mas as novas diretrizes não apontaram alternativas que permitam  encurtar a reposiçãol das aulas presenciais,  com a realização das atividades a distância, através das vídeoaulas, redes sociais, material impresso que podem ser entregues aos pais dos alunos matriculados na rede pública de ensino.
Avaliação - Desde a vigência do isolamento social em quase três meses, as escolas em tempo integral tiveram que rever o calendário de 1.200 horas/aulas, enquanto as demais escolas de ensino regular não tiveram como  atender à LDB que estipula  uma carga horária de 200 horas aulas para cada disciplina do ensino médio e fundamental-II.  A diretoria de ensino da Secretaria Estadual de Educação, Cultura e Esportes (SEE), sinaliza que a retomada das aulas presenciais nas escolas da rede estadual  ocorra no mês de setembro deste ano, por conta da pandemia. Consequentemente, com o problema do atraso do calendário escolar do primeiro semestre, o ano letivo está previsto para encerrar no mês de fevereiro do próximo ano (em 2021), o ano letivo de 2021 somente no mês abril. “Com o fim do ensino remoto, os alunos retornam às escolas públicas com níveis diferentes de conhecimento, porque a maioria deles não está conseguindo acompanhar as aulas pela internet”,  lamentou a sindicalista, que devem uma avaliação diagnóstica das equipes pedagógicas das Secretarias de Educação para avaliar estágios que estão cada um dos alunos.  
O Censo Escolar de 2018  apontou que 20% das escolas de ensino fundamental da rede pública não contam com banheiro dentro do prédio e 40% delas não tinham acesso à rede pública de abastecimento de água, pois usam poços artesianos ou cisternas, mas  em 5% não há água, principalmente na região do polígono da seca. Em contrapartida, nos colégios de educação infantil cerca de 70% não havia ligação com o sistema público de esgoto.

Comentários